segunda-feira, 21 de abril de 2014

Fusca Automático

 
Pouca gente já ouviu falar mas, no inicio da década de 1970, a Volkswagen produziu uma serie de Fuscas com cambio automático. Os carros eram voltados para o mercado norte-americano onde as vendas do Beetle se encontravam no auge. Na realidade, os Fuscas automáticos não tinham uma caixa de cambio como as de outros carros do tipo. Os engenheiros da Volkswagen usaram de muita criatividade para atingir um desempenho semelhante ao dos carros equipados com transmissões automáticas tradicionais.
Produzidos na Alemanha, os Fuscas com dois pedais nunca chegaram a ameaçar as vendas do modelo tradicional. No Brasil, onde na época as importações eram restritas, entraram pouquíssimos exemplares.

 
O chamado Beetle automático, na verdade um semi-automático, surgiu em 1968, numa tentativa de impulsionar as vendas do Fusca no mercado norte-americano, que na época estavam no auge. Foi uma boa idéia, muito bem executada tecnicamente mas, do ponto de vista comercial, não ocasionou a reação esperada: em poucos anos a VW foi atropelada nos EUA pela nascente invasão japonesa, com modelos mais modernos e atraentes.
O engenhoso sistema criado pela fabrica alemã driblava uma seria dificuldade, na época. Os câmbios automáticos convencionais, naqueles tempos pre-informática, so funcionavam bem em dupla com motores grandes, com muito torque em baixas rotações. Bem diferentes dos que a VW fazia na década de 1960.
Apesar de não poder ser chamada de automática, na verdade, a transmissão Stick Shift permite que o motorista, na prática, raramente tenha que trocar de marcha. Para sair com o carro, basta escolher entre a re e uma das três velocidades disponíveis, posicionar a alavanca e acelerar. O carro sai da inércia sem trancos, suavemente e, da mesma forma, ganha gradualmente velocidade respondendo ao acelerador.

Os Fuscas da foto acima pertencem ao jornalista e colecionador Gabriel Marazzi que consegui a façanha de reunir um 1970 branco e um 1971 azul-marinho, os dois em perfeitas condições.
 
O posicionamento das marchas e semelhante ao das transmissões chamadas de universais, com três velocidades. A re fica a esquerda, na frente, a marcha mais reduzida, na mesma linha, para trás. Ao centro, o neutro e, a direita, segunda, na frente e a terceira, para trás
No sistema Stick Shift, a marcha mais curta leva a letra L, de load (carga, em inglês). Ela só deve ser usada em casos especiais como, por exemplo, se o carro estiver com carga total ou rebocando um trailer. Para o uso normal, na cidade, a marcha 1 (na realidade, a segunda) e a indicada, podendo levar o carro ate 90 km/h. A 2 (que e a terceira), mais longa, só e necessária acima disso, embora possa ser usada a velocidades menores, com prejuízo da aceleração.

 
A re só pode ser engatada com o veiculo parado e, como nos Fuscas normais, exige que a alavanca seja pressionada para baixo.
A transmissão Stick Shift utiliza um cambio mecânico, basicamente o mesmo dos Fuscas normais da época, só que com uma marcha a menos. O conjunto tem uma embreagem, que e acionada eletricamente sempre que a alavanca for movimentada – engatada a marcha, ela se fecha. Mas o deslocamento suave nas arrancadas e garantido por um outro dispositivo, o conversor de torque


Em câmbios automáticos convencionais, a embreagem não existe e seu trabalho e executado apenas pelo conversor. Esse mecanismo permite que, quando o carro começa a se movimentar, exista um deslizamento entre o motor e o cambio – como se o motorista estivesse liberando a embreagem lentamente, para evitar solavancos.
O segredo desse sistema automático desenvolvido pela VW e usar o essa característica do conversor. E como se, o tempo todo, o motorista estivesse queimando a embreagem para compensar o uso de uma marcha mais longa em baixa velocidade, ou em subidas. Na pratica, com o Stick Shift e possível arrancar ate mesmo usando a marcha mais longa.



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